segunda-feira, 11 de maio de 2020





PORQUE SERÁ?

Que determinados órgãos da comunicação social portuguesa estão tão interessados num contencioso existente entre o Ministério Público da Guiné-Bissau e a senhora Ruth Monteiro, ex-ministra da Justiça daquele país? 
Segundo informações do MP guineense, Ruth Monteiro terá recusado entregar as viaturas, que lhe foram destinadas aquando do exercício do seu cargo de Ministra da Justiça, após o término do seu mandato, interrompido como consequência da exoneração do governo de Aristides Gomes, decretado pelo actual Presidente da República da Guiné-Bissau.
Como recusasse devolver as viaturas, pertença do Estado Guineense, logo um bem público e não privado, o MP decretou que Ruth Monteiro não poderia ausentar-se para fora do País enquanto não efectuasse a entrega dos referidos bens.
Esta decisão foi aproveitada pela ex-ministra para, ardilosamente, levar o contencioso, que já tinha acontecido com outros ex-ministros, para o campo da perseguição política, considerando-se, também, vítima de uma injustiça, organizada pelo governo e Presidente da República, que inclusive a impediam de viajar para Portugal, para o que argumentava ser cidadã portuguesa.
Este caso, que analisado juridicamente, é do foro interno da justiça guineense, já que Ruth Monteiro desempenhava as funções de ministra guineense e não portuguesa.
Porém este contencioso foi também aproveitado, por alguns jornalistas portugueses, para criarem mais um caso de caça às bruxas movido por Umaro Sissoco Embaló, novo PR guineense, contra os anteriores detentores do poder.
Sem investigarem o passado de Ruth Monteiro, pelo menos em Portugal onde já tinha demonstrado toda a sua habilidade para conseguir viaturas a custo zero, montaram uma história de terror num país que tem as cadeias cheias de presos políticos.






Na verdade a cidadã guineense, ou portuguesa?, acabou por ser autorizada pelo próprio Presidente da República guineense a ausentar-se do País com destino a Portugal.
Então porque será que alguns jornalistas portugueses estão tão interessados em contar "estórias" falsas sobre as novas autoridades guineenses sem sequer respeitar o princípio do contraditório?
Enquanto os leitores pensam nos motivos que têm levado determinada comunicação social portuguesa, após a tomada de posse de Umaro Sissoco Embaló, a criar fake news, voltarei a abordar esta temática num futuro próximo com dados concretos para ver se acertaram.
Coisas da Terra Coisas da Gente
Fernando Gomes

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