segunda-feira, 30 de março de 2020




MUNDO

Coronavírus


Faço um apelo, a todos quantos se servem deste blog, para que respeitem as indicações dadas pelas autoridades dos países onde se encontram e que se destinem a precaver o contágio de um vírus que está a enfraquecer, ou mesmo eliminar, a raça humana.
Sei que muito boa gente continua a conviver com amigos em festas ou jantaradas longe dos olhares das autoridades, para evitarem ser incomodados, ou mesmo detidos, pelas autoridades locais.
Tenho a certeza absoluta que se os transgressores presenciassem o sofrimento dos doentes infectados pelo vírus, que se encontram internados nos hospitais, em especial nos cuidados intensivos, mudariam radicalmente de atitude.
Dirijo-me particularmente aos meus irmãos guineenses, onde os cuidados de saúde são mais frágeis e as comunicações nem sempre chegam aos seus destinatários, para que além de cumprirem as directivas das autoridades, evitem aglomerações, reuniões com várias pessoas, mantenham a distância aconselhável, cerca de 1,5 metros, para outros interlocutores e apenas recebam em vossas casas os núcleos familiares, quanto mais curtos melhor. Os cuidados de higiene são também fundamentais, privilegiando a frequente lavagem das mãos e da roupa, a desinfecção de produtos e equipamentos que entrem em vossas casas e a cozedura completa dos alimentos que compõem as vossas refeições.
Durante as próximas semanas não deixem os vossos filhos andarem a brincar em grupos nem frequentarem a casa dos vizinhos.
Não estou a duvidar dos vossos costumes de higiene nem pretendo dar qualquer lição nessa vertente, apenas lembro princípios que podem contribuir para salvar as nossas vidas.
Se existe alguém que disponha de planos de contingência que permitam controlar a doença espero que os faça chegar rapidamente às autoridades de todos os países do mundo, porque mesmo as super potências ainda não conseguiram controlar e muito menos evitar a pandemia.
Por fim deixo aqui os links de dois vídeos. O primeiro feito por um português que nos dá uma ideia do mundo actual. O segundo é para nos criar uns momentos de boa disposição e ver como podemos distrair os outros mesmo quando estamos de quarentena.
Já agora lembrem-se que nos vossos hospitais e nos de todo o mundo estão médicos e enfermeiros dispostos a dar a vida por todos nós. Vamos agradecer-lhes e acima de tudo respeitá-los.
Um grande abraço, saúde para todos. Não deixem que o vírus vos apanhe.

https://youtu.be/bUZIp_PKeZ0

https://www.youtube.com/watch?v=giDttMU-k00

Coisas da Terra, Coisas da Gente.
Fernando Gomes



quarta-feira, 25 de março de 2020





GUINÉ-BISSAU

STJ  A NOVELA


Já lá vão 84 dias após a CNE divulgar os primeiros resultados que deram a vitória ao candidato nº2 Umaro Sissoco Embaló.
Logo após começou a novela da contestação com a conivência do Supremo Tribunal de Justiça, STJ.
Dia após dia, semana após semana e, agora, mês após mês, o STJ continua a inventar todos os subterfúgios para justificar o injustificável.
A estratégia do STJ era a de arrastar indefinidamente a decisão sobre o candidato vencedor das eleições presidenciais e assim ir perpetuando no poder o governo de Aristides Gomes, controlado pelo conselheiro especial, DSP.
Quanto ao então Presidente da República, José Mário Vaz, não existia qualquer problema já que tinham conseguido que a CEDEAO lhe retirasse praticamente todos os poderes inerentes à presidência.
A investidura de Umaro Sissoco Embaló, no passado dia 27 de Fevereiro, foi um rude golpe na estratégia idealizada e agora os elementos do STJ não sabem o que fazer, já que assumiram compromissos que agora não conseguem cumprir.
Até quando vão inventar que não podem reunir no tribunal por estar cercado pelos militares? Será que andam com alucinações e já confundem os habituais seguranças com militares?
Até quando vão manter a novela para continuarem a dar à comunidade internacional uma imagem distorcida da realidade?
Creio que, agora, muitos dos que criticaram Sissoco Embaló por não ter ficado à espera das decisões do STJ, que nunca iriam chegar, já devem ter alterado o juízo que então fizeram.
Entretanto a comunidade internacional está a braços com um enorme problema, chamado coronavírus, enquanto a maior parte dos elementos que compõem o STJ vão fazendo a sua quarentena bem longe da Guiné-Bissau.
Coisas da Terra, Coisas da Gente
Fernando Gomes


terça-feira, 24 de março de 2020

GUINÉ-BISSAU

O AUTOPROCLAMADO

Tenho dedicado os últimos dias a analisar os ataques, que têm surgido de diferentes quadrantes, ao Presidente da República da Guiné-Bissau e algumas respostas que o PR tem dado, aproveitando a presença de alguns jornalistas que, mais tarde, efectuam analises que, em alguns casos, parecem encomendas de quem está aflito e pretende, por todos os meios, destabilizar o processo de recuperação de um País que tem sido muito penalizado por oportunistas que desejam enriquecer à custa do povo.
Um dos mais activos agitadores tem sido, sem surpresas, o autoproclamado exilado, Domingos Simões Pereira, candidato derrotado nas eleições para Presidente da República da Guiné-Bissau.
Assumindo uma atitude de vitimização, DSP, como também é conhecido, fugiu do seu País pensando, talvez, que o actual Presidente da República, eleito pela maioria do povo guineense, lhe fizesse o mesmo que ele,DSP, se prepararia para fazer caso vencesse as eleições.
É certo que DSP tem um passado que não lhe permite estar de consciência tranquila, como o processo de resgate dos bancos privados ou da devastação das florestas do País, entre outros, quando era Primeiro-ministro.
Escudado sempre pelos cargos conseguidos, de forma directa ou indirecta, nos sucessivos governos do PAIGC, que lhe permitiam ter imunidade para evitar ser ouvido pelo Ministério Público, viu esse estatuto alterado pela nova situação política no País, com a consequente perda de influência do seu partido.
Antes que as autoridades guineenses o interpelassem DSP autoproclamou-se refugiado em Portugal e recolheu-se no seu luxuoso apartamento situado junto ao rio Tejo, numa das zonas mais caras de Lisboa.
A partir do seu covil vai destilando o seu ódio de mau perdedor, através de discursos falaciosos dirigidos ao povo guineense, em particular aos seus ainda seguidores, já que tem a noção que aos restantes guineenses não engana.
Com falinhas mansas vai tentando aquilo que fez nos últimos anos, enganar os guineenses.
Acusa as actuais autoridades da Guiné-Bissau de perseguirem e exercerem violência sobre os elementos que formavam o anterior governo e sobre todos aqueles que não estão ao lado do Presidente da República.
O vídeo que se segue bem demonstrar que o velho ditado tem sempre razão: a mentira tem a perna curta.
Carregue no link e analise quem defende a violência e a perseguição a quem não pactua com o iluminado. 
Após ouvir esta declaração só é possível dizer que a formação do empregado e do patrão é muito semelhante. 
Não há qualquer paralelismo entre a Guiné-Bissau e, por exemplo, a Venezuela.
Enquanto que no primeiro o PR diz não às perseguições e à violência nem à expulsão de jornalistas, no segundo prendem-se pessoas por apoiarem a oposição, há presos políticos, desaparecem figuras da oposição e os jornalistas são detidos.
Na Venezuela o líder da oposição, Juan Guaidó, dá a cara, é agredido, mas continua junto do seu povo. Na Guiné-Bissau quem devia dar a cara, se diz a verdade, também devia estar junto dos seus apoiantes, mas não, está em Sacavém a fazer aquilo que bem sabe. Tentar manipular os poucos que ainda acreditam que venceu as eleições.
Coisas da Terra, Coisas da Gente
Fernando Gomes


https://m.soundcloud.com/didinhocasimiro/victor-abilio-fonseca-nhaga-faz-ameacas-de-morte-a-fernando-casimiro



domingo, 22 de março de 2020

NOTÍCIAS DO MUNDO

NEM TUDO VAI MAL

E quando tudo parece que vai de mal a pior eis que surge uma luz ao fundo do túnel que reacende a esperança do ser humano em dias melhores.
Num hospital de Madrid, capital espanhola, um doente nos cuidados intensivos recupera e a equipa médica retira-lhe os tubos de ventilação, assistência e suporte de vida. É o primeiro caso neste hospital e em Madrid pelo que as palmas de toda a equipa clínica demonstram bem quanto isso significa para todos os que tentam por qualquer meio derrotar o Coronavírus.



As imagens deste vídeo emocionam qualquer ser humano pois, pode significar o início da vitória da humanidade sobre o inimigo invisível, que talvez tenha sido criado por seres humanos sem escrúpulos.
Coisas da Terra, Coisas da Gente
Fernando Gomes







GUINÉ-BISSAU/PORTUGAL

O ABSURDO 


Um médico de origem guineense, com dupla nacionalidade, a trabalhar no hospital Santa Maria em Lisboa, está mais preocupado com o seu partido, PAIGC, do que com o coronavírus,também conhecido por Covid-19.
Quando um profissional de saúde deveria estar com o pensamento no que está a fazer e, com base na experiência que está a ter com a gravíssima situação de saúde pública que se vive em Portugal, aconselhar as autoridades sanitárias guineenses para a estratégia a adoptar, na área da saúde pública, solta toda a sua frustração política e esquece a sua formação técnica para destilar o seu veneno e demonstrar a sua péssima formação como homem.
Um indivíduo que aconselha a expulsão do partido da actual ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Suzi Barbosa, em vez de aconselhar o partido a tomar atitudes pró-activas, antes que a pandemia entre no País, não merece que lhe chamem médico e muito menos homem.
Coisas da Terra, Coisas da Gente
Fernando Gomes

segunda-feira, 16 de março de 2020

GUINÉ-BISSAU

ONCE UPON A TIME

(Parte 1)

Assumi o compromisso, com os leitores deste blogue, que abordaria, num futuro próximo, as queixas de violência que supostamente, os profissionais de comunicação social estavam a ser alvo na Guiné-Bissau.
Muito sinceramente o que vou escrever em seguida é bastante doloroso para mim já que levantar questões sobre o rigoroso cumprimento dos princípios éticos e deontológicos por parte de profissionais do mesmo ramo é complicado para quem quer que seja.
Porém, o compromisso que assumi com o público, que tem no jornalista os seus olhos, ouvidos e boca, como se no local estivesse presente, o significa que acredita no profissional de informação que lhe transmite uma imagem que, para o leitor, ouvinte ou telespectador, é real e autêntica, pelo que merece todo o nosso empenho, dedicação e, acima de tudo, verdade.
Para ilustrar o que hoje em dia se passa na Guiné-Bissau, quanto à cobertura jornalística, tenho de recuar alguns anos no tempo para que o leitor deste blog viaje comigo e acompanhe o trabalho do jornalista no terreno.
Nos últimos meses de 1997 começou a ser instalada delegação da RTP África em Bissau. Após os trabalhos de construção civil, necessários para adaptar um antigo restaurante, Nam Tchit, na baixa da cidade, iniciou-se a montagem técnica do estúdio, régie e estação terrena de satélite.
Abro aqui um pequeno parêntesis para dizer que a primeira escolha, para instalação da delegação, recaiu sobre a antiga residência do governador da época colonial, que se encontrava praticamente em ruínas e foi restaurada pela RTP, após acordo com as autoridades guineenses. Depois de totalmente recuperado, o edifício viria a ser cobiçado por alguém que impossibilitou a montagem da delegação naquele local e motivou a consequente mudança para outro espaço, mas isso será abordado numa próxima oportunidade.
Voltando à delegação a montagem ia avançando, a equipa de profissionais estava praticamente constituída e a ligação ao satélite estaria operacional nos próximos dez dias, já que era necessário completar o contrato com a Intelsat para efectuar os ensaios finais que possibilitariam que o sinal de televisão chegasse à régie final da RTP, através da Marconi, instalada no edifício sede na Av. 5 de Outubro em Lisboa.
Porém, o impensável aconteceu. No dia 7 de Junho de 1998, cerca das 05,00 horas da manhã, começaram a ouvir-se os primeiros tiros daquilo que viria a transformar-se num dos golpes de estado mais violentos e sangrentos de que há memória em África.
O Exército guineense, comandado pelo Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, General Ansumane Mané,  revoltou-se contra o Presidente da República Nino Vieira e deu origem a uma guerra civil que viria a marcar profundamente o futuro do País.
Nessa altura, o trabalho da delegação da RTP África foi fundamental para dar a conhecer ao mundo o que se estava a passar no País.
A cidade de Bissau ficou praticamente sitiada e o trabalho dos jornalistas era constantemente levado a cabo de baixo de fogo. 
Ao fim de três dias a equipa de profissionais da RTP tinha praticamente desaparecido apenas fiquei com a jornalista guineense, Gilda Casimiro, que sempre me acompanhou até ser retirada pela RTP para Lisboa.
Durante os dias que se seguiram assisti e reportei a chegada das tropas senegalesas que vieram apoiar o Presidente Nino, que até então apenas contava com as forças da Marinha guineense.
Os bombardeamentos à cidade de Bissau eram constantes e as respostas a partir da Amura também.
No primeiro dia transmiti imagens do carro que transportava Rachid Saiegh e Eugénio Spain que viriam a ser mortos após ataque das forças de Ansumane, quando se dirigiam ao aeroporto para preparar a segurança do Presidente da República, que mais tarde deveria viajar para o exterior, o que não veio a acontecer.
Foram essas as primeiras imagens que deram a conhecer ao mundo o que se estava a passar na Guiné-Bissau. Fiz as imagens e o texto, a Gilda escondeu a cassete na carteira para o caso de sermos interceptados.
Após a exibição das imagens, por várias cadeias de televisão, o assessor de comunicação do Presidente Nino, Barnabé Gomes, veio perguntar-me se tinha sido eu que tinha enviado as imagens e como as tinha conseguido. Como desconhecia qual seria a reacção neguei pelo que Barnabé atribuiu a captação de imagem aos satélites americanos.
Nos dias que se seguiram reportei as cenas de guerra que se iam sucedendo entre as tropas da auto denominada Junta Militar e as forças fiéis a Nino Vieira apoiadas pelas forças da Guiné Conakry e do Senegal, que entretanto chegaram por via marítima.
Durante os primeiros dois dias ouvi a versão e justificações do confronto por parte do super ministro de Nino Vieira, João Cardoso. 
Como a cidade de Bissau estava sitiada por terra, senti a obrigação de ouvir a outra parte e desloquei-me, utilizando picadas e bolanhas que começavam junto da aldeia SOS, para atingir a zona do aeroporto já controlada pela Junta Militar.
A determinada altura fui interceptado por uma patrulha da Junta que me interrogou sobre a minha presença e objectivos. Após explicação levaram-me para uma zona onde estava o capitão da Força Aérea, Manuel "Mina", então porta-voz da Junta. Aceitou a entrevista por mim pretendida que começou a ser realizada no exterior de um restaurante em frente aos estaleiros da Soares da Costa, porém como de repente começamos a ser bombardeados apressa-mo-nos  a recolher num pequeno edifício, onde estava instalada a estação de rádio "Voz da Junta Militar" tendo completado a entrevista com imagens da emissora e dos seus profissionais.
Manuel "Mina" pretendia algumas informações sobre o que estava a acontecer no interior da cidade em especial do posicionamento das forças leais a Nino Vieira, o que eu recusei liminarmente.
Após a chegada a Bissau também fui abordado por elementos da confiança do Presidente Nino no sentido de obterem dados sobre o "outro lado", a resposta foi a mesma.
A partir de determinada altura o delegado da Agência Lusa, Adalberto Rosa, solicitou apoio logístico para se mudar para a delegação da RTP, já que o seu escritório/residência tinha sofrido estragos devido aos bombardeamentos. Desde aí trabalhamos em conjunto na troca de informações até à sua ida para Lisboa.
Produzi reportagens sobre a brutalidade dos bombardeamentos de um lado e do outro com mortos nos vão de escada da "Casa Escada" ou com mulheres e crianças a desaparecerem arrastadas pela corrente do Geba, durante a tentativa de fuga do teatro de guerra.
Apesar de toda a violência, e de ter sido detido por três vezes pelas tropas senegalesas, não me queixei a ninguém.
Muito mais há para contar, tal como a fuga de civis no Ponta de Sagres, tudo aquilo que a rodeou e nunca foi contado, ou a chegada dos fuzileiros portugueses para a evacuação no Barrio, ou ainda a história dos bebés RTP.
Tudo isso ficará para outra ocasião, agora apenas ficou a posição de um jornalista que quando se despediu de Nino Vieira e de Ansumane Mané, para regressar a Portugal, foi reconhecido por ambas as partes como rigoroso imparcial e verdadeiro.
 Este é o trabalho dos jornalistas, quem não está disponível para enfrentar determinados desafios, está à espera que todos sejam simpáticos, mesmo quando por vezes fazemos perguntas inconvenientes e não obtemos as respostas desejadas, ou pura e simplesmente não nos respondem, não podemos ir a correr fazer queixinhas às ligas dos direitos humanos ou aos titulares das pastas da comunicação social.
O jornalismo sério e honesto tem os seus riscos e não é para virgens ofendidas.
Quem não está bem muda de profissão.
Coisas da Terra Coisas da Gente
Fernando Gomes




  

domingo, 15 de março de 2020


GUINÉ-BISSAU


CONDOLÊNCIAS


Tomei hoje conhecimento da morte por doença de Sola N'Quilim Na Bichita, líder do PRS que soube manter o partido como um dos mais importantes do País, mesmo após o desaparecimento do carismático líder Kumba Yalá.
À família enlutada, e a todos os militantes e simpatizantes do PRS, apresento as minhas condolências e desejo que tenham o discernimento necessário para continuar o engrandecimento do partido para bem da continuação do processo democrático da Guiné-Bissau, conforme os desejos dos vossos antigos líderes.
Coisas da Terra Coisas da Gente
Fernando Gomes 

sexta-feira, 13 de março de 2020

GUINÉ-BISSAU

O AUTOPROCLAMADO, O GOLPE DE ESTADO E A VIOLÊNCIA


Desde o dia em que Umaro Sissoco Embaló tomou posse não param os chavões, utilizados por uma boa parte da comunicação social portuguesa para chamar a atenção, das suas audiências e leitores, sobre a Guiné-Bissau.
Sei, que a maior parte desses órgãos de comunicação, não dispõe de correspondentes no local e, por isso, servem-se das informações disponibilizadas por uma agência de notícias.
Se a notícia sai distorcida na origem tem tendência a aumentar o seu grau de distorção quando nas redacções é tratada por jornalistas que nunca estiveram no local ou, ainda mais grave, quando nem sequer conhecem a realidade africana.
Mas voltemos ao início, começando pelo autoproclamado Presidente da República, como muitos dizem:
- Como é do conhecimento geral, a primeira vez que a CNE anunciou os resultados provisórios da segunda volta das eleições presidenciais, foi a 01 de Janeiro de 2020. De imediato o PAIGC contestou os resultados junto do STJ. Após o anúncio dos resultados finais e com a saída do acórdão do STJ, houve de imediato a percepção que este processo iria arrastar-se por tempo indeterminado, o que na realidade está a acontecer, já lá vão 72 dias, descontando o tempo em que os tribunais estiveram encerrados.
Perante este arrastar no tempo criado pelo STJ com argumentos falaciosos e ilegais, os guineenses lúcidos perceberam que a instabilidade estava a regressar ao seu País.
Deduzo, porque o que não sei não afirmo, que Umaro Sissoco Embaló tenha, a determinado momento, decidido apontar uma data para a tomada de posse na esperança de pressionar o STJ a tomar uma decisão final.
Como não resultasse, devido ao ostracismo calculado do STJ, Sissoco Embaló marcou uma nova data, 27 de Fevereiro.
Já próximo da data anunciada o Presidente da ANP, informou que ia efectuar uma viagem ao estrangeiro, tendo no seu comunicado feito questão de apontar a impossibilidade, na sua óptica, de os seus vice-presidentes tomarem decisões importantes ao nível da presidência da ANP , enquanto estivesse ausente. Pelo conteúdo do comunicado foi perceptível que algo estaria para acontecer.
Foi portanto sem surpresa de maior que a 27 de Fevereiro de 2020 o Primeiro Vice-presidente da ANP, Nuno Gomes Nabiam, empossou, num hotel de Bissau, o candidato apontado pela CNE como vencedor, Umaro Sissoco Embaló, como Presidente da República da Guiné-Bissau.
Ao acto esteve presente o Presidente da República cessante, José Mário Vaz, vários deputados da Nação, o Procurador Geral da República, personalidades políticas de diversos quadrantes e alguns embaixadores representantes da comunidade internacional. A maior parte dos embaixadores não esteve presente porque, de forma ardilosa, o então Primeiro- ministro, Aristides Gomes, convocou os mesmos para uma reunião no palácio do governo e, por uma questão protocolar, naquela altura Sissoco ainda não era Presidente, viram-se na obrigação de comparecer.
No final da cerimónia Sissoco Embaló deslocou-se para o Palácio Presidencial na Companhia de José Mário Vaz e esposa, Rosa Vaz, assistidos na zona envolvente por uma multidão de pessoas anónimas.
Após a passagem do testemunho Sissoco Embaló e Mário Vaz cumprimentaram-se efusivamente, ao cimo da escadaria exterior do palácio, perante os aplausos da multidão. Em conjunto levantaram os braços e, de seguida, o casal Vaz abandonou o palácio a pé pelo meio dos populares.
Conclusão: Umaro Sissoco Embaló foi empossado e não autoproclamado

Quando os ditos especialistas se referem a golpe de estado é necessário saber, se acusam Sissoco de tomar o poder pela força, que já vimos não aconteceu, ou se é por ter demitido o então Primeiro-ministro, Aristides Gomes.
Neste caso é bom recordar que Aristides Gomes, durante a campanha eleitoral, fez questão de afirmar, por várias vezes, que caso Domingos Simões Pereira não vencesse as eleições, de imediato apresentaria a sua demissão ao Presidente eleito.
Após a tomada de posse de Umaro Sissoco Embaló, Aristides Gomes não só não apresentou a sua demissão como, num discurso inflamado, fez questão de deixar bem claro que não reconheceria o novo Presidente da República.
Perante esta situação de falta de confiança entre Primeiro-ministro e Presidente da República a decisão deste não poderia ser outra senão exonerar Aristides Gomes e, consequentemente, todo o elenco governamental.
Conclusão: Também aqui não houve qualquer Golpe de Estado

Resta agora analisar se tem, ou não, existido atitudes violentas por parte das novas autoridades guineenses, através dos militares e das polícias.
Até ao momento apenas foram reportados casos de violência por parte de jornalistas que ouviram declarações de pessoas ligadas ao anterior governo ou ao candidato derrotado. Nenhum jornalista idóneo disse ter presenciado esses actos e, muito menos, apresentado imagens dos mesmos.
Sobre este tema há três casos a estudar. O primeiro é do Presidente da ANP que disse ter resignado ao cargo de Presidente da República interino por ameaças que lhe foram feitas, bem como à sua família. Quem assistiu às imagens da cerimónia realizada na ANP percebeu, de imediato, que Cipriano Cassamá não estava à vontade e não efectuou qualquer discurso sobre o momento. As suas afirmações aquando da resignação eram mais dirigidas ao seu partido, PAIGC, como que apresentando uma justificação para a decisão tomada. Mais tarde, Cipriano Cassamá  efectua uma visita de cortesia a Umaro Sissoco Embaló, quando este já tinha sido empossado como Presidente da República, foi possível observar o cumprimento entre ambos mas desconhece-se as palavras que trocaram.
Quando Aristides Gomes diz aos jornalistas que é necessário que a ECOMIB dê protecção a Cipriano Cassamá, este apressou-se a clarificar que não o tinha incumbido de tal missão nem sequer tido qualquer tipo de conversa com o mesmo.
O discurso do Presidente da ANP, aquando das festividades do dia das mulheres, também não deixa margem para dúvidas. Cipriano Cassamá quer continuar como Presidente da ANP e liderar o PAIGC para concorrer, mais tarde, às próximas eleições presidenciais.
Afinal onde estão as ameaças?

Quanto ao segundo caso é o de Aristides Gomes que acusou os militares de perseguição e de cercarem a sua residência, afirmando que "vários militares estavam fortemente armados e cercavam a sua casa".
Também aqui os jornalistas que o ouviram não apresentaram qualquer imagem que comprovasse as afirmações do antigo Primeiro-ministro e, como é que, Aristides Gomes tendo a residência cercada, conseguiu ausentar-se de casa para lugar incerto? Será que durante a noite abriu uma passagem subterrânea que lhe possibilitou a fuga? E de que tem medo? De justificar os valores desviados do erário público? das remessas de droga que entraram na Guiné-Bissau durante a vigência do seu mandato? Ou das falsas calúnias que proferiu contra as actuais autoridades?
Também aqui não há nenhuma prova de violência.
O terceiro caso tem como principais protagonistas os ministros do governo exonerado, a quem foram solicitados a devolução das chaves dos gabinetes e dos carros que lhes tinham sido atribuídos enquanto titulares de cargos públicos. Alguns dos ex-ministros recusaram a entrega, como se os bens do Estado fossem seus. Foram trocadas algumas palavras mais azedas mas não houve qualquer acto de violência, pois caso contrário tinham convocado os jornalistas para uma conferência de imprensa para dar ao mundo a conhecer as nódoas negras de cada um.
De lembrar que, durante a governação de Aristides Gomes, foi exonerado um ministro a quem retiraram a segurança pessoal e as viaturas e, como a chaves de uma delas não aparece-se, partiram o vidro lateral para levar o carro. Com este governo tal não aconteceu pois ainda há ex-ministros que recusaram entregar as viaturas.
Mais uma vez não foi detectada qualquer atitude violenta.
No próximo post, a publicar brevemente, vão ser analisados os casos das ditas ameaças a jornalistas nacionais e internacionais.
Coisas da Terra Coisas da Gente
Fernando Gomes





terça-feira, 10 de março de 2020


GUINÉ-BISSAU


DIVAGAÇÕES, ALUCINAÇÕES E PESADELOS DE UM EX-PRIMEIRO MINISTRO


Aristides Gomes, ex-primeiro ministro da Guiné-Bissau, é uma pessoa de cabeça perdida.
Num dia diz que, as Forças Armadas guineenses não se devem imiscuir na vida política guineense, quando acusa as mesmas de participar naquilo que considerou ser um golpe de estado. No dia seguinte, após o porta-voz das forças de defesa e segurança recusar qualquer envolvimento no caso, escreve uma carta ao Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, General Biaguê Na Ntan, a solicitar o apoio das mesmas Forças para, em conjunto com as Forças da ECOMIB, levarem a cabo um conjunto de acções para, "restauração da legalidade constitucional e democrática", segundo disse.
Aristides Gomes também pediu protecção para o Presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá, o que motivou já uma resposta deste no sentido de desmentir qualquer pedido ou mesmo conversa com o antigo PM.
Aristides Gomes também afirmou, por várias vezes, a quem o quis ouvir, que tem sido vítima de violência por parte dos militares mas, na verdade, nunca apresentou qualquer vestígio de violência e, também, os seus seguidores, incluindo alguns "jornalistas", jamais apresentaram imagens que demonstrassem tal atitude por parte das Forças guineenses.
Hoje mesmo, Aristides Gomes, no auge do seu desatino, resolveu enviar uma carta ao  Secretário- geral das Nações Unidas, António Guterres, denunciando um alegado aumento do tráfico de droga no País.
Segundo Aristides Gomes, desde o dia em que o seu governo foi demitido que se regista "a retoma da descarga de grande quantidade de droga no sul do país". O PM demitido diz ainda ter informações que estariam na Guiné-Bissau "indivíduos de várias nacionalidades, todos ligados ao narcotráfico e terrorismo, alguns com mandados de captura internacional" e acrescenta que, aquelas pessoas estão sob a protecção dos militares, que também estariam a dar cobertura às descargas de droga no território guineense.
Perante tais afirmações pergunta-se a Aristides Gomes:
Como dispõe de tais informações, se já afirmou estar controlado pelas Forças de segurança?
Se dispunha dessas informações, porque não as entregou à Polícia Judiciária guineense?
Será que os traficantes estavam à espera da sua demissão para entrarem na Guiné-Bissau? ou a carga era para lhe ser entregue e apanhou-o já demitido?
E com tanta droga, bandidos, narcotraficantes e terroristas como é que a DEA deixou passar isso tudo?
Onde estava essa gente toda e essa quantidade de droga para chegar aí tão rapidamente?
E para quem era a droga que o pesqueiro apresado em Agosto do ano passado pela polícia cabo-verdiana e que, segundo o comandante da embarcação confessou em tribunal, tinha como destino a Guiné-Bissau, nessa altura, tinha como Primeiro-ministro Aristides Gomes e Conselheiro especial o candidato derrotado?
Qual a justificação para a apreensão de remessas substanciais de droga na Guiné-Bissau, detectadas com o auxílio da DEA, sempre que Aristides Gomes foi Primeiro-ministro?
Porque se nomeia um traficante colombiano, Zambrano de seu nome, para conselheiro do Primeiro-ministro Aristides Gomes, e quando a judiciária guineense entra em campo se promove a sua fuga para local desconhecido?
Pois é Aristides Gomes escreva nova carta ao Secretário-geral das Nações Unidas a contar e justificar tudo isso, para ver se ele evita que seja julgado em Bissau, daqui a algum tempo, conjuntamente com os responsáveis do resgate aos bancos privados e que, agora, deixaram os cofres do Estado guineense novamente vazios.
Coisas da Terra Coisas da Gente
Fernando Gomes



segunda-feira, 9 de março de 2020

GUINÉ-BISSAU


O REGRESSO DA SOBERANIA 

Já anteriormente tinha abordado a visita de uma delegação da CEDEAO a Bissau, composta por peritos na área constitucional que tentariam auxiliar na resolução do problema criado pelo Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau. Até aqui tudo bem, uma iniciativa de louvar da organização que tentava criar as condições de estabilidade e de verdade de um dos seus membros.
Porém, aquilo que parecia uma excelente decisão rapidamente transformou-se num desastre político, diplomático e estratégico. Porquê?
  1. O actual governo guineense apenas tomou conhecimento da visita da missão através da comunicação social.
  2. O representante da CEDEAO em Bissau, Blaise Diplo-Djomand, convidou Aristides Gomes na qualidade de Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau.
  3. O referido representante da organização ignorou completamente o actual executivo guineense na realização deste evento.
Perante tamanha falta de respeito o governo guineense deu uma resposta cabal à CEDEAO ao dirigir uma missiva ao Presidente da Comissão da CEDEAO, Jean Claude Kassiu Brou, informando-o do sucedido e lembrando que a Guiné-Bissau é um País soberano, membro de pleno direito da organização, pelo que considerando que, não existindo uma concertação prévia com o actual governo guineense, liderado por Nuno Gomes Nabiam, esta missão não é bem-vinda.
O executivo guineense também alerta que, tratando-se de matérias de contencioso eleitoral, as futuras missões não devem integrar técnicos da Costa do Marfim, tendo em atenção a posição dúbia daquele País em relação à situação actual da Guiné-Bissau.
Na mesma missiva o governo guineense aproveita para lembrar que, a ECOMIB termina o seu mandato no final do corrente mês de Março pelo que toma as disposições necessárias para o seu acantonamento, ficando as forças de defesa e segurança da Guiné-Bissau responsáveis pelas tarefas que lhe estavam até agora atribuídas.
Com estas decisões o actual governo guineense marcou uma posição que denota uma ruptura com o passado, ao pretender deixar bem claro, junto das instâncias internacionais, que devem considerar a Guiné-Bissau como um País independente e Soberano, embora sem recusar que faz parte integrante da organização sub-regional.
Agora, será a vez de solicitar a substituição do representante Blaise para, assim, também terminar os negócios pouco claros que tem levado a cabo na Guiné-Bissau, devidamente aprovados pelo anterior governo.
É do conhecimento geral que o novo governo guineense está permanentemente a ser analisado à lupa para ver como vai dirigir os destinos do País e, será elogiado ou criticado conforme o trabalho e decisões tomadas. 
Neste caso específico é possível dizer que passou com distinção a primeira prova de fogo a que foi sujeito, embora seja notório o apoio dado pelo Presidente da República, conseguindo para já, após quase oito anos, a afirmação da soberania e da independência da Guiné-Bissau.
Coisas da Terra Coisas da Gente
Fernando Gomes

  

domingo, 8 de março de 2020

GUINÉ-BISSAU

SE DÚVIDAS HOUVESSE


Já por várias vezes aqui referi que considero o Supremo Tribunal de Justiça, STJ, da Guiné-Bissau, o principal responsável pela crise que o País atravessa e, expliquei porquê, basta ler os posts abaixo publicados.
Todas as minhas afirmações tiveram como base documentação recolhida e evidências factuais. Porém, agora tenho as condições necessárias, não só para reafirmar tudo o que foi anteriormente exposto mas, também, poder afirmar que o STJ cometeu, e continua a cometer, uma enorme ilegalidade.Para tal basta analisar o vídeo que se segue. 



Ou seja, foi apresentada ao STJ uma impugnação dos resultados anunciados pela CNE, 
baseada em suspeitas e indicadores, que o candidato derrotado diz possuir e não em provas concretas, que o mesmo candidato reconhecer não ter. 
Ora, o STJ não é uma instituição vocacionada para a investigação, como por exemplo a Polícia Judiciária, mas sim uma instituição que interpreta as leis do País e decide com base nessas mesmas leis, o que na realidade não aconteceu por falta de provas.
A Contestação do PAIGC deveria ter sido liminarmente recusada por falta de provas, não foi porquê? ao aceitar a mesma e dar-lhe o tratamento que é do conhecimento geral, o STJ está a cometer um enorme erro que motivou um período de instabilidade e de insegurança no País, com consequências profundamente negativas para a Guiné-Bissau e o seu Povo.
Agora quem vai julgar, e sancionar, os erros cometidos pelo STJ? 


sábado, 7 de março de 2020

GUINÉ-BISSAU

A SOLUÇÃO PARA A RESOLUÇÃO DO PROBLEMA

Segundo informações veiculadas pela comunicação social portuguesa o Conselho de Segurança das Nações Unidas pressionou a CEDEAO para resolver rapidamente o problema criado pelo candidato derrotado na segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau ao contestar, no Supremo Tribunal de Justiça, STJ, guineense, os resultados finais apresentados pela Comissão Nacional de Eleições, CNE, após a contagem das actas das comissões regionais, devidamente validadas por todos os observadores nacionais e internacionais e pelo Ministério Público.
Como o STJ continua, ao fim de sessenta e cinco dias, após do primeiro anúncio dos resultados pela CNE, a não dar resposta, a CEDEAO comunicou que fará chegar uma delegação de alto nível a Bissau para dialogar com a CNE e o STJ afim de resolver rápida e definitivamente o contencioso.
Ora a CEDEAO já tinha anteriormente marcado presença junto da CNE quando solicitou a reconfirmação do apuramento nacional, tal como exigia o STJ. Nessa altura a CEDEAO fez-se representar por um alto quadro da organização que assistiu e validou a repetição, pela terceira vez, e mais tarde uma quarta, de todo o processo posto em causa pelo STJ.
Agora, será de toda a justiça, que a CEDEAO imponha a presença de um juiz, da organização, nas reuniões do STJ para igualmente verificar se todos os requisitos e interpretações técnicas, à luz da Constituição guineense, vão de encontro aos princípios de isenção e justiça que devem nortear o colectivo de juízes.
No caso de este processo falhar, por qualquer motivo, a CEDEAO terá outra alternativa. Dotar os juízes do STJ, que receberam avultados valores para elaborarem um acórdão que fosse de encontro às exigências do candidato derrotado, com os valores necessários para devolverem as quantias do suborno e assim ficarem livres para decidirem, sem pressão, de forma justa e isenta.
Tenho a plena convicção que caso a CEDEAO  utilize um destes métodos, até à próxima quarta-feira teremos o contencioso resolvido com a verdadeira JUSTIÇA que o caso impõe.
Coisas da Terra Coisas da Gente
Fernando Gomes    

sexta-feira, 6 de março de 2020

GUINÉ-BISSAU

A VERDADE DA MENTIRA

Fiquei hoje a saber, através do jornal "Público", que se serviu do Twitter do candidato derrotado  na segunda volta das eleições presidenciais, também não sabia que um jornal com o prestígio do "Público" redige notícias tendo como base informações recolhidas nas redes sociais, onde facilmente  o titular, quando lhe convém, argumenta que lhe piratearam a conta, mas isso são contas de outro rosário. Mas voltando ao assunto principal, o derrotado diz, segundo o "Público", que o "Golpe na Guiné-Bissau é uma nova investida narcomilitar".
Até dá um certo jeito arrastar os militares guineenses para o pântano da droga já que não ficaram do seu lado.
De facto é preciso muita desfaçatez para acusar quem quer que seja sobre este assunto, senão vejamos. 
Quem foi que nomeou como consultor um tal Zambrano, de nacionalidade colombiana, com direito a visto diplomático, que tem vários processos pendentes nos tribunais sul americanos por tráfico de droga e está referenciado pela polícia espanhola?
Quem facilitou a fuga do mesmo individuo e da sua mulher, quando a polícia judiciária guineense começou a apertar o cerco aos narcotraficantes, após a descoberta de centenas de quilos de cocaína?
Quem recusou liminarmente a construção, a custo zero para o governo guineense, de uma estação de radar para monitorizar os movimentos das embarcações que se aproximavam da costa guineense e entravam no estreito entre a ilha de Jeta e Caió?
Quem recusou a aquisição, igualmente a custo zero, de lanchas rápidas de fundo plano para interceptar as embarcações que transportam a droga?
Todas estas acções tinham como pano de fundo o governo de Aristides Gomes, cujo conselheiro especial, e que ordenava toda a estratégia governativa, era o candidato agora derrotado nas eleições presidenciais, mera coincidência.
Agora que Caió já está referenciada pela polícia guineense, que tal deslocar o local de descarga para a zona de Kabrousse? O local até está controlado por amigos de confiança, só que, agora existe um enorme problema, o governo é outro e não alinha, o Presidente da República usa todos os poderes que lhe são atribuídos pela Constituição e tem boas relações com o Presidente Senegalês, o STJ tem de tomar uma decisão sobre o processo eleitoral a curto prazo, pois está a ser pressionado pela comunidade internacional.
Ao ver a casa a ruir, e antes que fosse apanhado como o ministro das finanças, a melhor solução foi fugir para Portugal, onde tem alguns "amigos" a quem prometeu mundos e fundos, e levar a cabo uma estratégia de comunicação de crise aproveitando a necessidade de uma certa comunicação social privada, que não olha a meios para vender mais papel ou melhorar as audiências.
Uma coisa é certa a mentira tem a perna curta e tudo o que a comunicação social portuguesa possa dizer, apoiada ou não em afirmações de outrem, e que, coloquem em causa o honorabilidade de um País ou duma personalidade tem sempre o Direito de Resposta, desde que tal seja exigido pelo ou pelos visados.
Não será difícil desmascarar os mentirosos.
Coisas da Terra Coisas da Gente,
Fernando Gomes

quinta-feira, 5 de março de 2020

GUINÉ-BISSAU


COISAS DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA


Foi com espanto e preocupação que li ontem um comunicado de imprensa do gabinete do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, STJ, a desmentir uma afirmação do Presidente do referido tribunal que, teria sido feita num bar em Lisboa, "....logo que regressasse a Bissau iria anular as eleições presidenciais da segunda volta."
Segundo o comunicado, emitido pela assessoria de imprensa do gabinete do Presidente do STJ, estas afirmações são falsas. Até aqui tudo bem, o tempo dirá se de facto se tratou de uma mentira e calúnia, tal como diz o comunicado, o que me surpreende é o Presidente do STJ andar a passear por Lisboa quando tem em mãos um contencioso que mexe com toda a Nação guineense. 
Agora compreendo a demora na resolução dos casos pendentes sobre o processo eleitoral, já que, o Presidente do STJ não está minimamente preocupado com o que se passa no seu País. 
Em abono da verdade, devo dizer que, posso estar a ser injusto, caso o Presidente do STJ tenha vindo a Lisboa para decidir o que fazer sobre processo eleitoral, e tenha vindo para concertar a decisão final com o candidato derrotado, que por acaso também está na capital portuguesa. 

Coisas da Terra Coisas da Gente (e do STJ)
Fernando Gomes


quarta-feira, 4 de março de 2020



GUINÉ-BISSAU



Começa agora a ser possível juntar as peças do puzzle.
Então porque é que andaram todo este tempo a acusar o actual Presidente da República de estar a vender o País ao Senegal? Quem afinal fez pactos com forças de outros países para prejudicar a Guiné-Bissau e beneficiar os seus bolsos? Que compromissos assumiram os separatistas de Casamance com aqueles que diziam que Sissoco Embaló tinha feito um pacto com Macky Sall?
Ora, considerando que o local de descarga dos produtos Zambrano, Caio, já não oferecia as condições de segurança e sigilo havia que encontrar um novo ponto de desembarque e Casamance era o ideal, já que até tinha segurança própria. Também a circunstância de muito em breve as empresas petrolíferas
iniciarem a prospecção do chamado ouro negro, na zona conjunta e na exclusiva, motivou novos acordos entre os vendedores da Pátria e os rebeldes casamancenses. Um pouco de instabilidade e de insegurança não fazia mal a ninguém e as empresas petrolíferas teriam que pagar a alguém para acalmar a situação.
Porque será que o presidente da República da Guiné Conakry, Alpha Condé  subsidiou o PAIGC com 200 milhões de Francos CFA, mais de 300 mil Euros, após a contestação dos resultados eleitorais?
Foi esse dinheiro fresco que motivou uma famosa reunião na Mavegro?
Porque é que a CEDEAO reconheceu e felicitou o candidato vencedor às eleições presidenciais na Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, tomou a iniciativa de moderar o processo após o início da contestação por parte do candidato derrotado ao propor que a CNE voltasse a efectuar o apuramento nacional, tal como exigia o STJ e agora está dividida e aumenta ainda mais a confusão já existente em vez de exigir aos responsáveis por toda esta instabilidade que apresentem rapidamente o acórdão final?
Para que não restem dúvidas, da divisão que reina na CEDEAO, junto um vídeo elucidativo que circula no You Tube pelo que pode clicar no link que se segue:https://youtu.be/DXbtAT9yGjw
Já agora por falar em divisão, porque será que também o colectivo do STJ está dividido? São cinco de um lado e três do outro E porque será que que quando decidem por maioria nunca tomam uma decisão clara e objectiva mas sempre com conceitos dúbios de difícil interpretação que motivam o aumento da confusão, levam à discórdia entre os seus pares, que inclusive optam por apresentar declaração de voto, e requerem aclarações e declarações do porta-voz do STJ.
Na verdade já lá vão mais de sessenta dias após o primeiro anúncio dos resultados eleitorais pela CNE, mesmo descontando os três dias em que os tribunais estiveram fechados pelas Forças Armadas, e o STJ continua impávido e sereno a contribuir para que a comunidade internacional interprete a situação na Guiné-Bissau conforme mais lhe convém.
Será que o STJ está acima de tudo e de todos e não tem de prestar contas a ninguém?
Coisas da Terra Coisas da Gente
Fernando Gomes


segunda-feira, 2 de março de 2020



GUINÉ-BISSAU

ENTREVISTA


O Embaixador da Guiné-Bissau em Portugal foi a personalidade mandatada pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, para dar, no passado domingo, uma entrevista à agência de notícias Lusa.
Carregue no link abaixo e poderá ler na integra a referida entrevista, tomar conhecimento do ponto de situação em Bissau e analisar alguns dados que poderão auxiliar a interpretar a situação actual na Guiné-Bissau. 




Fernando Gomes


GUINÉ-BISSAU



ÚLTIMA HORA

COMPOSIÇÃO DO NOVO GOVERNO















domingo, 1 de março de 2020





GUINÉ-BISSAU

Análise  aos Primeiros Quatro Dias da Era Sisso


Quatro dias após ter tomado posse como Presidente da República já é possível perceber o Modus Operandi de Umaro Sissoco Embaló e traçar algumas comparações com o seus antecessores.
Se tivermos em atenção a Era JOMAV poderemos efectuar a seguinte comparação: JOMAV quando se apercebia da roubalheira que o governo estava a praticar fazia chamadas de atenção e caso não resultassem acabava por demitir o governo. Nos dias que se seguiam nomeava outro que passados cinco ou dez dias tomavam posse e ocupavam as instituições entretanto abandonadas pelo governo anterior, só que quando lá chegavam encontravam os cofres vazios e documentos comprometedores da roubalheira e má gestão nem vê-los.
Umaro deve ter analisado a situação e inverteu o processo. Destituiu Aristides Gomes, do que estava à espera se já anteriormente tinha anunciado que só continuaria como primeiro ministro com o candidato derrotado?, mas antes de fazer sair o decreto deu ordem às Forças Armadas para ocuparem os edifícios do Estado. Tal estratégia impediu o saque de última hora e também permitirá que alguma documentação incriminatória seja recuperada.
Outra determinação do novo PR tem a ver com a recuperação do património do Estado que era disponibilizado para os titulares de cargos públicos. Enquanto com os anteriores PRs os titulares de cargos do Estado apoderavam-se dos bens públicos quando por qualquer motivo se retiravam, o actual PR deu ordem para que esses bens sejam recuperados quando o funcionário termina a sua comissão ao serviço do Estado Guineense.
Numa simples frase parece que temos Homem.
Já agora o que faz o STJ? Continua a pensar? Ainda não chegou o tempo de clarificarem aquilo que alguns continuam a usar para criar a instabilidade e dividir o País? Enfim, devem ter aproveitado a confusão para irem de fim-de-semana alargado.
Coisas da Terra Coisas da Gente.
Fernando Gomes





   GUINÉ-BISSAU

ÚLTIMA HORA


O Presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, que diz ter sido nomeado Presidente da República Interino no passado dia 28/2/2020 por elementos do Parlamento guineense, apresentou, há poucos minutos atrás, a renúncia do cargo de Presidente da República Interino argumentando questões de segurança pessoal e estabilidade política e social para assumir tal decisão.
Por outro lado diz continuar a desempenhar as funções inerentes ao seu verdadeiro cargo de Presidente do Parlamento Guineense.
Termina assim a história de um País dois Presidentes
Coisas da Terra Coisas da Gente
Fernando Gomes