GUINÉ-BISSAU
DIVAGAÇÕES, ALUCINAÇÕES E PESADELOS DE UM EX-PRIMEIRO MINISTRO
Aristides Gomes, ex-primeiro ministro da Guiné-Bissau, é uma pessoa de cabeça perdida.
Num dia diz que, as Forças Armadas guineenses não se devem imiscuir na vida política guineense, quando acusa as mesmas de participar naquilo que considerou ser um golpe de estado. No dia seguinte, após o porta-voz das forças de defesa e segurança recusar qualquer envolvimento no caso, escreve uma carta ao Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, General Biaguê Na Ntan, a solicitar o apoio das mesmas Forças para, em conjunto com as Forças da ECOMIB, levarem a cabo um conjunto de acções para, "restauração da legalidade constitucional e democrática", segundo disse.
Aristides Gomes também pediu protecção para o Presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá, o que motivou já uma resposta deste no sentido de desmentir qualquer pedido ou mesmo conversa com o antigo PM.
Aristides Gomes também afirmou, por várias vezes, a quem o quis ouvir, que tem sido vítima de violência por parte dos militares mas, na verdade, nunca apresentou qualquer vestígio de violência e, também, os seus seguidores, incluindo alguns "jornalistas", jamais apresentaram imagens que demonstrassem tal atitude por parte das Forças guineenses.
Hoje mesmo, Aristides Gomes, no auge do seu desatino, resolveu enviar uma carta ao Secretário- geral das Nações Unidas, António Guterres, denunciando um alegado aumento do tráfico de droga no País.
Segundo Aristides Gomes, desde o dia em que o seu governo foi demitido que se regista "a retoma da descarga de grande quantidade de droga no sul do país". O PM demitido diz ainda ter informações que estariam na Guiné-Bissau "indivíduos de várias nacionalidades, todos ligados ao narcotráfico e terrorismo, alguns com mandados de captura internacional" e acrescenta que, aquelas pessoas estão sob a protecção dos militares, que também estariam a dar cobertura às descargas de droga no território guineense.
Perante tais afirmações pergunta-se a Aristides Gomes:
Como dispõe de tais informações, se já afirmou estar controlado pelas Forças de segurança?
Se dispunha dessas informações, porque não as entregou à Polícia Judiciária guineense?
Será que os traficantes estavam à espera da sua demissão para entrarem na Guiné-Bissau? ou a carga era para lhe ser entregue e apanhou-o já demitido?
E com tanta droga, bandidos, narcotraficantes e terroristas como é que a DEA deixou passar isso tudo?
Onde estava essa gente toda e essa quantidade de droga para chegar aí tão rapidamente?
E para quem era a droga que o pesqueiro apresado em Agosto do ano passado pela polícia cabo-verdiana e que, segundo o comandante da embarcação confessou em tribunal, tinha como destino a Guiné-Bissau, nessa altura, tinha como Primeiro-ministro Aristides Gomes e Conselheiro especial o candidato derrotado?
Qual a justificação para a apreensão de remessas substanciais de droga na Guiné-Bissau, detectadas com o auxílio da DEA, sempre que Aristides Gomes foi Primeiro-ministro?
Porque se nomeia um traficante colombiano, Zambrano de seu nome, para conselheiro do Primeiro-ministro Aristides Gomes, e quando a judiciária guineense entra em campo se promove a sua fuga para local desconhecido?
Pois é Aristides Gomes escreva nova carta ao Secretário-geral das Nações Unidas a contar e justificar tudo isso, para ver se ele evita que seja julgado em Bissau, daqui a algum tempo, conjuntamente com os responsáveis do resgate aos bancos privados e que, agora, deixaram os cofres do Estado guineense novamente vazios.
Coisas da Terra Coisas da Gente
Fernando Gomes
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