quarta-feira, 4 de março de 2020



GUINÉ-BISSAU



Começa agora a ser possível juntar as peças do puzzle.
Então porque é que andaram todo este tempo a acusar o actual Presidente da República de estar a vender o País ao Senegal? Quem afinal fez pactos com forças de outros países para prejudicar a Guiné-Bissau e beneficiar os seus bolsos? Que compromissos assumiram os separatistas de Casamance com aqueles que diziam que Sissoco Embaló tinha feito um pacto com Macky Sall?
Ora, considerando que o local de descarga dos produtos Zambrano, Caio, já não oferecia as condições de segurança e sigilo havia que encontrar um novo ponto de desembarque e Casamance era o ideal, já que até tinha segurança própria. Também a circunstância de muito em breve as empresas petrolíferas
iniciarem a prospecção do chamado ouro negro, na zona conjunta e na exclusiva, motivou novos acordos entre os vendedores da Pátria e os rebeldes casamancenses. Um pouco de instabilidade e de insegurança não fazia mal a ninguém e as empresas petrolíferas teriam que pagar a alguém para acalmar a situação.
Porque será que o presidente da República da Guiné Conakry, Alpha Condé  subsidiou o PAIGC com 200 milhões de Francos CFA, mais de 300 mil Euros, após a contestação dos resultados eleitorais?
Foi esse dinheiro fresco que motivou uma famosa reunião na Mavegro?
Porque é que a CEDEAO reconheceu e felicitou o candidato vencedor às eleições presidenciais na Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, tomou a iniciativa de moderar o processo após o início da contestação por parte do candidato derrotado ao propor que a CNE voltasse a efectuar o apuramento nacional, tal como exigia o STJ e agora está dividida e aumenta ainda mais a confusão já existente em vez de exigir aos responsáveis por toda esta instabilidade que apresentem rapidamente o acórdão final?
Para que não restem dúvidas, da divisão que reina na CEDEAO, junto um vídeo elucidativo que circula no You Tube pelo que pode clicar no link que se segue:https://youtu.be/DXbtAT9yGjw
Já agora por falar em divisão, porque será que também o colectivo do STJ está dividido? São cinco de um lado e três do outro E porque será que que quando decidem por maioria nunca tomam uma decisão clara e objectiva mas sempre com conceitos dúbios de difícil interpretação que motivam o aumento da confusão, levam à discórdia entre os seus pares, que inclusive optam por apresentar declaração de voto, e requerem aclarações e declarações do porta-voz do STJ.
Na verdade já lá vão mais de sessenta dias após o primeiro anúncio dos resultados eleitorais pela CNE, mesmo descontando os três dias em que os tribunais estiveram fechados pelas Forças Armadas, e o STJ continua impávido e sereno a contribuir para que a comunidade internacional interprete a situação na Guiné-Bissau conforme mais lhe convém.
Será que o STJ está acima de tudo e de todos e não tem de prestar contas a ninguém?
Coisas da Terra Coisas da Gente
Fernando Gomes


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